quarta-feira, 10 de março de 2010

Coisas

Dizem que as coisas vulgares da vida não deixam saudades. Eu digo o contrário. São as coisas mais vulgares da vida que me marcam na alma, que me tornam quem sou hoje, que são únicas e especiais para mim. Momentos de risos banais, de pessoas normais, de ideias comuns e partilhadas. É tudo isso que fica na memória, na história que relembraremos. São os dias vulgares mais bem passados da minha vida. Ás vezes (muitas!) sinto-me insatisfeita. Mas, hoje sinto-me grata. Estou tão bem. Não sinto a água da chuva nos pés, nem em dias tempestuosos. Não sinto buracos no estômago por nenhum instante. Posso sentir-me sozinha, mas sei que tenho sempre as pessoas normais do mundo do meu lado. Coisas normais e vulgares no mundo, mas únicas e as melhores na minha vida. São elas que me fazem sorrir. Fazem o meu tempo parecer melhor. Fazem-me mudar. Fazem crescer a pequena mulherzinha que há em mim. Não me tratam como outrora. Conhecem-me e sabem que são os responsáveis pela minha diferença. Respeitam-me. Brilham-lhes os olhos em momentos mútuos comigo. Coisas. Pessoas. Vulgaridade. Qualquer coisa para o mundo. A coisa para mim. As coisas que formam o meu mundo.

Um comentário:

  1. As mais pequenas coisas do mundo deixam saudades. Os momentos únicos são apenas isso... Momentos irrepetíveis que guardamos com saudade, mas que sabemos sempre que não voltam mais... Os momentos vulgares são os que mais saudades deixam porque são aqueles a que menos valor damos quando temos e mais valor damos quando perdemos. As coisas vulgares têm o maior peso na nossa vida, nós é que não lhes sabemos dar o devido valor... No entanto chega a um momento na nossa vida em que isso é inevitável...

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