segunda-feira, 23 de maio de 2011

Acordo de manhã bem cedo. Dou um salto da cama. Não me fazia em tão puro silêncio. Olho receosamente, tento procurar-te em meu redor. Tenho o teu cheiro, tenho a tua voz no meu ouvido, tenho a tua imagem na minha cabeça, sinto até as tuas mãos nas minhas. Mas tu não estás. Não estás para me confortar, para me abraçar, para me fazer sair de casa de barriga cheia de mimos. Grito mudo. E fico logo com a alma rouca, quase surda, sem vestígios teus por perto. Não quero ouvir mais ninguém em tempo próximo, não quero compreender nada, não quero pensar e, muito menos, sentir!
Porque só quem não sente é que não sofre. Porque só quando a gente gosta, é que a gente cuida. E eu cuidei. Eu dei tudo o que podia dar de mim. O tempo pode ter mudado, o espaço pode ter mudado, podem até ter nascido novas estrelas, uma nova lua, mas eu estive sempre aqui, permanecida de um mesmo modo.
E por muito que tente nem pensar, nem compreender, nem sentir, o meu coração traiçoeiro ata-se, com um nó de cada vez, lentamente, como que se não quisesse parar de me lembrar que estou aqui para cuidar, para gostar, para sentir e sofrer.
Vou fazer um oficio, vou fazer uma nova lei, alguma regra que não me permita sentir, que me tire a aorta sentimental fora, que me bloqueie a vontade própria do coração. Um dia, vou mesmo!

domingo, 22 de maio de 2011

E sem margens para dúvidas chego a tantas conclusões!...
Acabamos por ter reconhecido o nosso devido valor, mais tarde, ás vezes mais cedo do que esperamos, ou até mesmo quando já nem temos esperança que aconteça.
E aprendo que afinal gosto de gostar de mais pessoas do meu mundo, gosto de gostar de mim mais um pouco a cada dia que vai passando, porque... Porque caí no abismo, porque pensei ser difícil a recuperação, porque afinal só preciso de confiar em mim mais um pouco, porque se acaba por ter o que se merece.
Não há protótipos de pessoas para nos darem valor. São as que menos esperamos que nos aconchegam, são as mais inesperadas que nos aparecem na frente, são aquelas para quem nunca tínhamos olhado antes com olhos de ver que nos surpreendem e nos fazem crescer ainda mais um pouco... São essas que nos fazem sentir falta!
Porque aparências não passam disso, não duram sempre, não mostram com o que podemos contar. E só assim consigo ser uma (verdadeira) mulher, uma digna pessoa, sem fazer julgamentos, sem submeter ninguém a sentenças sem fundamentos.
Cabeça aliviada, consciência limpa, alma lavada. Tudo porque tento olhar por dentro, julgar com sentimento.