terça-feira, 23 de abril de 2019

E tudo muda...

Ainda ontem era uma jovem cheia de planos de aventuras desmedidas, ambições pouco fáceis, tempo de sobra e ideias tão vagas.
Acho que as ideias continuam cá. Mas hoje...hoje tudo mudou de repente. E este de repente tem um nome - maternidade.
Não tive uma gravidez muito difícil, é verdade. Foi tudo correndo de forma gradual, de modo a poder ir-me mentalizando do que aí vinha (mas nada nos prepara para isto!). Não tive enjoos, não tive complicações (aparte de um, ou outro susto), nem tive grandes ânsias. Tentei manter a calmaria em mim, não desvendámos o sexo do bebé até ao momento do parto (surpresaaaa!), não andámos preocupados com grandes compras e investimentos para a pequena criatura (e ainda bem, o suficiente basta). Sim, nós. Porque foi a parte fulcral, um nós. Porque não é sempre o mesmo a entrar em modo parafuso, mas quando acontece, é importante que haja um outro para nos ouvir.  Não precisa de estar lá para dizer nada; às vezes só queremos resmungar e deitar cá para fora.
Bem, já hoje está tudo tão diferente..
Hoje sou uma mulher, sou a mãe cheia de planos de amor desmedido, ambições mais claras e menos fáceis ainda e com o tempo a correr em contra relógio. Tudo à volta dela. Da nossa pequena e preciosa criatura.
E para ser nossa, não foi tão fácil como a espera. Mas tudo o que vale a pena, dá mais trabalho (dizem! - e dizem bem, vá.).
E agora surgem os dramas. Os meus. Não dela. Porque é horrível pensar que lhe pode acontecer alguma coisa de mal, de perigoso. É horrível pensar que a podes deixar cair, de tão pequenina e frágil que é. É horrível sentir que alguém quer tirar-ta de ti, mesmo que saibas que não tens grandes fundamentos para pensar isso (mas as hormonas que são umas cabras, fazem qualquer pensamento esbaforido parecer ter todo o sentido). É horrível até quando lhe querem simplesmente dar carinho, mas ficas tão enciumada que só te apetece fugir com ela. É horrível aquela sensação de querer coloca-la de volta dentro da nossa barriga, não porque chora, mas porque queremos que seja só nossa e ninguém lhes toque.
Mas não são só dramas. Pelo contrário. É nesta altura que o ser humano supera as memórias e sentimentos menos bons, por pensar e lembrar os momentos e sentimentos maravilhosos que o pequeno ser gera em nós.
É perfeito quando te sentes capaz de dar tudo o que tens por ela. Dar a vida, até. É perfeito quando te sentes capaz de superar todos e quaisquer obstáculos só para que não lhe falte nada. É perfeito quando consegues sentir o amor que lhe dão, como que se fosse para ti (porque como diz a minha avó - e agora entendo - quem os meus adora, minha boca adoça). É mais que perfeito quando sentes o teu coração a explodir (mais ainda do que as tuas maminhas!) de amor por um ser que vocês geraram (é aqui que se entende o verdadeiro significado de "amor gera mais amor").
Quando aquelas mulheres que já são mães nos dizem, a nós mulheres-mães-de-primeira-viagem, que no momento em que nasce o perfeito ser, aquela pequena criatura, tudo muda (e nós achamos que é conversa de cortesia), é verdade - tudo muda mesmo!
Mas não quero ficar sem lembrar o principal pilar que tenho. Sem Ele, o pai extremoso, fantástico e super babado que sem qualquer duvida é, a mudança não tinha sido tão valiosa!

04.04.2019 ♈ ♡♡♡

terça-feira, 19 de março de 2019

Um dia do pai á séria!

Hoje o dia repete-se.
Não posso fazer grandes manifestos de gratidão, de memórias boas ou menos boas, de exemplos a seguir. Mas posso agradecer por ter muitos erros que sei que não quero ver cometidos. 
E hoje é um dia diferente, um dia mais adocicado, mais real. Que te tenha sempre presente. Porque sei que não vamos ser perfeitos, mas vamos fazer o que pudermos. 

Porque o dia do pai não é nem deve ser só hoje. O dia do pai é sempre. Sempre que o dia não corre tão bem, mas mesmo assim sabemos que demos o melhor de nós. Sempre que, ainda mesmo antes de ser pai, ele chega a casa e te dá um beijo carinhoso na barriga. Sempre que ele está lá para ouvir os queixumes, muitas vezes ditos só para aliviar a alma. Sempre que, mesmo não havendo um pai, exista aquela mãe que se tenta multiplicar para que nada falhe (ou para que falhe o menos possível). Sempre que ele, mesmo sem saber o que o espera, mantém presença assídua para que nada te falte naquele dia, esperando um dia sempre melhor amanhã. Sempre que, mesmo não estando ao teu lado, está presente no quentinho do teu coração. 
Por isso, hoje é mais um dia. Mais um dia do pai. Da mãe. Do tio. Do amigo. Mais um dia de aconchego no coração,  porque para tudo foi preciso um pai. Faz falta um pai. E existe sempre um pai - mesmo que de maneiras diversas para muita gente.

Estou grata. E, estou-te grata.