segunda-feira, 5 de julho de 2010

Rendida ao meu (confortável) sofá.

Domingo á noite, cruzo as pernas, sentada no sofá. Apetece-me dizer que vou embora, apetece mesmo ir. Ir ver o mundo lá fora com olhos escuros. Então chamo o teu nome sem hesitar. Só vou se me acompanhares, se não me deixares sozinha lá fora, onde não são apenas os meus olhos que são escuros, onde está frio de qualquer maneira se não me deres a mão. Mas estás fora. Estou sozinha e não te tenho do meu lado. E procuro então razões para não continuar de olhar fixo no vazio com pernas cruzadas e mão a segurar a cabeça. Quero ser a única, reciprocamente. Quero unidade de dois num só. Quero o teu cheiro e a tua voz, o teu toque e o teu mimo. Caso contrário, está dito, rendo-me aos encantos deste meu querido sofá, enquanto a fadinha-ou-seja-o-que-for-que-faça-o-que-quero te traga a mim. Vou continuar então sem fazer nenhum. Amanhã vingo-me nos saldos! Ai vingo, vingo! Sim, porque hoje domina-me a preguiça (mesmo que as lojas - e os seus belos saldos enganadores de mulheres - estivessem abertas).



Está mais que visto, não é minha cara de bolacha apetitosa? (Isto de ser gozado não dá com nada, eu sei, mas não consigo evitar. É mais forte que eu, querido. Não resisto - nem a ti -, sabes bem.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário