quarta-feira, 14 de abril de 2010

Por me sentir bem a escrever

Estou aqui, sentada em frente ao portátil. Tenho outras coisas para fazer, bem mais importantes, mas não tenho vontade de as fazer. Ainda parece que sinto a tua mão na minha cara, aquelas caricias que só tu me fazes tão bem, aquelas horas a fio que só eu sei o quanto me fazem bem. Tenho a cabeça num nó, tenho a alma feita num oito, tenho o coração dividido em pedaços de mil e uma cores que, de serem tantas e tantas, não se distinguem umas das outras. Não sinto o que devia sentir. Não estou de acordo com os tão perfeitos momentos que passei, que me fizeste passar. Sinto-me deveras inconstantemente confusa. Ora confusa por um dado motivo, ora por outro. Acho que me ando a tentar refugiar no beco sem saída, a tentar fazer de ti o substituto do insubstituível. Sinto-me bem, mas triste. Sinto-me como se fosse uma garrafa de vidro com bilhete á tona no meio do Pacifico. Sinto-me enganada a enganar alguém, a enganar-me a mim própria. Sinto-me como se dois pólos tivesse. Vou dedicar-me ao narcisismo. Vou dedicar-me ás minhas asas de borboleta...a ver se consigo ir mais longe!

Um comentário:

  1. Mesmo quando estás perdida, à deriva como uma garrafa no Pacífico, sabes que um dia vais chegar à costa e alguém te vai recolher e te vai tratar como mereces.
    O narcisismo nada mais é do que uma defesa que o ser humano utiliza para deixar de sofrer... O amor próprio é o nosso bem mais valioso e quem somos nós para criticar quem deseja exacerbá-lo...
    Escrever pode e é o acto maior de amor próprio porque és tu que escreves, o que tu sentes e o que tu queres... Continua Sandrinha...
    Lindas palavras...

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