domingo, 3 de janeiro de 2010

Cinderela, onde anda ele?

Violino, calças vincadas, casaco de ocasião, fato escuro, camisa branca, mãos atrás das costas prontas a presenteá-la com um ramo de rosas brancas. Som calmo e amoroso, ambiente acalorado, tons encarnados e mesa redonda com toalha de seda a condizer. Dois pratos pousados, guardanapos brancos do lado direito de cada um, talheres cor de prata e dois copos para completar. Balde de gelo com uma garrafa de um bom vinho, jantar tapado por uma daquelas tampas redondas da cor do balde do vinho. Tudo numa pequena mesa de rodas, pequena ali ao lado da grande mesa de sonhos.
Ele, em pé, de olhos postos nela. Mão esticada como se a chamar por ela. Três homens atrás, sentados, de violino nas mãos.
Cinderela, de postura firme, mas tímida, face corada, cabelo meio solto, meio apanhado, vestido de princesa, azul turquesa, sapato de cristal á espera das doze badaladas. Pensamento no "vai ou não vai", reticencias na magia que ali paira no ar. Um passo de avanço tão tímido quanto o olhar que ela lhe retribui. Brilho nos seus olhos tão intenso quanto o brilho que se projecta na mesa do céu estrelado que os contempla.
Dança ao som do calor que lhe entra na alma. Presos um ao outro, como se não houvesse amanhã, palavras que ele lhe sussurra, que a deixam confortada, com certezas.
Olhares acarinhados que vão trocando, olhares que valem por qualquer palavra naquele momento.
Noite inesquecivel, impossível na vida real.

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